Alguns conselhos para a condução de um ensaio

Os ensaios do coro, sobretudo se forem semanais, são uma tarefa que requer muita disponibilidade e coragem, para a além da concentração necessária de forma a que não se tornem enfadonhos. Para isso, os responsáveis pela animação coral litúrgica devem ter todos os aspetos dos ensaios preparados, de maneira a não expor tudo à consideração dos cantores, para não alongar os ensaios com demoras inúteis. Na verdade, um ensaio de cânticos pode ser uma escola de formação a vários níveis: espiritual, teológico-litúrgico e técnico.

Assim, um ensaio poderia decorrer do seguinte modo:

  1. Ler o Evangelho do domingo ou da festa para a qual se vão ensaiar alguns (não todos os) cânticos. Mesmo que estes estejam escolhidos, é bom rezar a Palavra da celebração a que se referem os mesmos, de maneira a que os sentimentos dos cantores sejam unânimes em relação à mensagem que se celebram.
  2. De seguida, façam-se exercícios simples de descontração física, de aquecimento vocal e de afinação. Se os cantores já os fizeram também em casa, porque se pdoerão habituar a ser independentes nalguns desses exercícios, este momento poderá vir a ser menos longo.
  3. Se houver um ou mais cânticos novos para se ensaiar, dê-se preferência à sua aprendizagem, com o seguinte método (dando-se mais importância ao processo de aprendizagem do que ao efeito final imediato):
    • Olhar para a partitura e ver os seus elementos básicos, como a tonalidade, o ritmo, a melodia principal, as vozes (se for polifonia), tendo em conta que são estes elementos que ajudam a imprimir os sentimentos e motivações da Palavra de Deus ou do louvor que lhe dá resposta.
    • Antes de cantarolar a letra, propõe-se que se aprenda, por frases, a melodia, substituindo a letra por no-no-no (ou outro ditongo). Neste ponto, o objetivo é promover um canto seguro da música.
    • De seguida, propõe-se que se recite a letra ainda mesmo sem a melodia, mas respeitando o ritmo, para se encaixar melhor as sílabas no ritmo.
    • Finalmente, junta-se tudo, cantando-se a letra.
  4. Quando o cântico é para ser cantado a vozes mistas (soprano, contralto, tenor e baixo) ou vozes iguais (masculinas ou femininas), o melhor será fazer-se o ensaio por naipes separadamente, preparando-se previamente quem possa assegurar o ensaio do naipe.
  5. Pode ajudar o ensaio de um cântico novo a audição de uma boa gravação do mesmo, em casa ou mesmo no ensaio, analisando-se a dinâmica da execução.
  6. Tenha-se em conta a diversidade de tipos de cânticos na Liturgia, cuja diversidade há de ser distinguida na sua execução. Por exemplo: um ato penitencial não deve ser executado como se se tratasse de uma Aclamação ao Evangelho ou Santo; o salmo responsorial não deve ser executado como se de um cântico de comunhão se tratasse, etc.
  7. Finalmente, fuja-se o máximo de uma execução meramente coral que substitua, quer a possibilidade de haver solistas (masculinos, femininos, instrumentais, mistos), quer a parte que deve ser reservada a toda a assembleia (os refrães).
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