Música e Liturgia - 3. Afinal, o que torna uma música apta para ser usada na Liturgia?

Uma música só é apta para usar na liturgia se ajudar a elevar o espírito dos fiéis a Deus, se fomentar na assembleia o espírito comunitário, se solenizar verdadeiramente as celebrações, enfim, se tem as características exigidas pela Igreja:

Já o Papa S. João Paulo II escrevia na sua Carta Apostólica sobre a santificação do domingo: “Há que ter a preocupação da qualidade, tanto no que se refere aos textos como às melodias, para que tudo aquilo que de criativo e original hoje se propõe, esteja de acordo com as disposições litúrgicas e seja digno da tradição eclesial que, em matéria de música sacra, se gloria de um património de valor inestimável.”

Sem dúvida que tendo pouca formação (por vezes, pensamos que não precisamos dela), facilmente cedemos à tentação do mais fácil e imediato. Recorre-se com frequência a música predominantemente rítmica, inspirada em modelos profanos, por vezes com textos muito pobres, e ignora-se por completo a proposta litúrgica. Ou então vão-se repetindo quase sempre os mesmos cânticos, por vezes desfasados do contexto celebrativo.

Há, felizmente, muitas comunidades com pessoas preocupadas em cantar os cânticos próprios de cada domingo. Hoje, podemos encontrar muitas e boas propostas na internet. Há publicações como, por exemplo, a revista Salicus. Também a Igreja Viva (5ª Feira no Diário do Minho) ajuda a uma escolha cuidada e criteriosa.

Por favor, que os grupos corais não cantem canções pop ou rock adaptadas, adulteradas, pegando na melodia e colocando outra letra. Esta atitude vai contra os direitos de autor e a mais elementar justiça.

Que não se usem canções de mensagem cristã na liturgia, porque foram feitas para acampamentos, encontros e convívios. Interpretemos sim e somente cânticos que foram escritos e compostos para a liturgia.